Ambições

(Joanna de ângelis)

“Sabe-se agora que muitos Espíritos desen­carnados têm por missão velar pelos encarna­dos, dos quais se constituem protetores e guias; que os envolvem nos seus eflúvios fluídicos; que o homem age muitas vezes de modo inconsciente, sob a ação desses eflú­vios. (A Gênese -  Capítulo 3º — Item 14).


Cogitações de longo alcance vibram nas redes da tua mente, desdobrando planos complexos, tendo em vista resultados financeiros favoráveis e vultosos.


Para alcançares a meta das ambições que fulguram nas províncias íntimas, manipulas pessoas como máquinas, cuidando de todos, objetivando apenas o pró­prio “eu”.


Programas revolucionários que concedem somas fantásticas, requerem toda a força da astúcia e pene­tras o labirinto das aspirações com desmedida avidez, atropelando aqueles que se opõem, dificultando o teu avanço.


Assessorado por sicários desencarnados que te espreitam, vingadores, nada vês senão o que ambicio­nas, nada queres senão o que colima nos sonhos que a realidade vai consumir.


A riqueza te parece uma das mais importantes metas e te afervoras em adquiri-las sejam quais forem os meios.


Com ela, supões, poderás ajudar, ampliando o ser­viço de auxílio aos que deambulam sofredores e inertes nos braços da miséria e da aflição.


Mente clarificada enriquece-te de valores que des­prezas por outros valores.


Se parares a meditar, aprofundando as razões do teu renascimento concluiráS que paixão idêntica te con­sumiu ontem, quando resvalaste através das fissuras morais que a imprevidência abriu, asfixiando e malo­grando a experiência carnal...


Providencialmente renasceste em lar humilde, con­vocado a rudes lutas para que as batalhas aspérrimas te felicitassem com forças morais o caráter.


A saúde que te visita as células é concessão para que possas, fortalecido, resgatar, evoluir, edificar.


Além de mil favores com que fôste afortunado desde o berço, alguns dos quais em forma de limitação e dificuldade, outros como inteligência e equilíbrio psíquico, recebeste o tesouro espírita de que te assenho­reaste, como providência salvadora, face à possibilidade de reincidires na mesma loucura dantanho.


Pára, portanto, enquanto não te perturbas ante compromissos mais graves.


Retorna ao ponto de partida com as mãos vazias é certo mas de consciência tranqüila.


Ambição desmedida é portal para a loucura.


Olha em derredor: tudo convida ao equilíbrio, ao respeito à Lei.


O      ar de que careces e que te não falta;


A linfa imprescindível e que canta junto às tuas necessidades;


O pão generoso e insubstituível que se multiplica farto no solo;


A paisagem em festa para os teus olhos cansados.


Estendem-se as bençãos do Nosso Pai ao verme do subsolo e às constelações, em toda a parte.


O relógio da criação da vida na Terra assinala para os homens somente alguns minutos transcorridos em relação ao turbilhão inicial das construções geoló­gicas e das primeiras formas...


Não te apresses pelo corredor da irresponsabili­dade que leva à auto-destruição. Estuga o passo na aduana e refaze o caminho...


Conhecimento espírita pode ser comparado a anti­corpo excepcional para o virus da ambição degene­rescente.


Ensinamento espírita é também vigor para o equi­líbrio manter-se sereno embora as vicissitudes.


Nunca estarás a sós nas tuas lutas de sublimação.


Na certeza de que prosseguirás depois da morte com os valores a que te afervores, considera a mensa­gem espírita e cristã da prudência e do amor, e não te deixes aniquilar pelos tormentos de agora, pois que, além das portas do horto de amarguras em que te encontras, frondes protetoras aguardam por ti e cami­nhos amenos esperam teus pés andarilhos na busca sublime da paz, à semelhança d’Aquele que tudo cedeu para tudo possuir.




Texto extraído do Livro “Espírito e Vida”, psicografado por Divaldo Pereira Franco e ditado pelo espírito Joanna de Ângelis.