Mediunidade


Mediunidade é uma faculdade natural de toda a criatura viva; uma faculdade orgânica, por isso não depende da qualidade moral do seu possuidor. Isso faz com que haja uma grande diversidade no uso que se faz dela, existindo tanto aqueles que a utilizam para o bem, como para fins ilícitos, inclusive os comerciais.

Embora seja uma faculdade comum as todas as criaturas, em algumas pessoas ela é mais ostensiva, mais visível, chegando a produzir fenômenos de psicografia (escrita ditada por um espírito); de psicofonia (comunicação do espírito através do médium); de vidência e clarividência (visão de entidades espirituais ou do mundo espiritual); de efeitos físicos (produção de fenômenos materiais como: ruídos, voz direta, movimento de objetos etc.), de audiência e clariaudiência (ouvir vozes que vem do âmago do ser: às vezes muito clara), dentro outros tipos de mediunidade.

Então, a mediunidade é um canal, podemos assim dizer, um canal psíquico que todos possuem e que liga o espírito encarnado (nós) ao mundo invisível. É através da mediunidade que os encarnados recebem a influência (boas ou ruins) dos desencarnados, funcionando como uma ponte entre os dois planos.

Em O Livro dos Médiuns, na questão 226, somos alertados que "todas as nossas faculdades são favores que devemos agradecer a Deus, pois há criaturas que não as possuem. Podias perguntar por que Deus concede boa visão a malfeitores, destreza aos larápios, eloquência aos que só a utilizam para o mal. Acontece o mesmo com a mediunidade. Criaturas indignas a possuem porque dela necessitam mais do que as outras, para se melhorarem".

Kardec, portanto, chamou de médiuns as pessoas que ostensivamente sentem a presença de Espíritos e que é ponte entre o mundo visível e o mundo invisível.

A mediunidade independe de religião, apenas a nomenclatura muda (dom de falar línguas estranhas; receber o Espírito Santo); existe desde os tempos imemoriais.

Outro aspecto a considerar: a mediunidade não é doença, não causa sofrimento ou desajustes, embora, por ignorância, ou seja, falta de conhecimento do assunto, e também por falta de cuidados na vida no plano material (desregramentos), sofrem ou adoecem. Ninguém é obrigado a desenvolver (praticar) a sua mediunidade, mas ao menos esforçar-se para sua melhoria moral, procurando libertar-se dos vícios mais grosseiros (cigarro, bebida e drogas).

A prática da mediunidade deve ser orientada pelos estudos; assim todo cuidado é pouco, porque os Espíritos desencarnados são almas de homens que já viveram na Terra e como aqui vemos uns enganando outros, eles não mudaram porque desencaram e podem ser portadores dos defeitos e qualidades que tinham quando viviam entre nós. Assim, devemos analisar cada comunicação dada pelos Espíritos, impreterivelmente.

Kardec, em O Livro dos Médiuns nos chama atenção que os bons espíritos trazem mensagens edificantes e com algum fim útil e querem sempre o bem da humanidade. Os atrasados ou maus podem nos enganar com belas, podendo tomar emprestado nomes de pessoas conhecidas ou Espíritos iluminados para nos impressionar. É preciso estarmos atentos.

É importante ainda chamar atenção para reuniões mediúnicas em casa. A nossa mensagem também trata desse tema.

É aconselhável que se evite reuniões em residências, o Centro Espírita é o local mais indicado por ter seu ambiente preparado para tal procedimento; por ser uma escola de almas e também um hospital àqueles que estão em sofrimento. As manifestações espíritas devem ser feitas com reserva, não é espetáculo, pois o objetivo maior é auxiliar aos que sofrem e evangelizar os de corações endurecidos.

Mediunidade é coisa muito séria, e não torna ninguém melhor ou pior que o outro. E finalizamos com Karce, “a mediunidade exige, pois, um estudo sério da parte de quem quer que veja no Espiritismo uma coisa séria. À medida que as molas desta faculdade forem melhor conhecidas, estaremos menos expostos a decepções, porque se saberá o que ela pode dar e em que condições poderá fazê-lo. E, quanto mais houver pessoas esclarecidas sobre este ponto, haverá menos vítimas do charlatanismo.”

Muita luz!


Autora: Maria Rosangela Santos

(Sociedade Espírita Joanna de Ângelis - Paulo Afonso, Bahia)

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