Doação de Órgãos para Transplante
(Jorge Hessel)
(Jorge Hessel)
A temática “doação de órgãos e transplantes” é bastante coetânea no cenário terreno. Sobre o assunto as informações instrutivas dos Benfeitores espirituais não são abundantes. O projeto genoma, as investigações sobre células-tronco embrionárias e outras sinalizam o alcance da ciência humana. Os transplantes, em épocas recuadas repletas de casos de rejeição, tornaram-se práticas hodiernas de recomposição orgânica.
Alguns espíritas recusam-se a autorizar, em vida, a doação de seus próprios órgãos após a desencarnação, alegando que Chico Xavier não era favorável aos transplantes.
Isso não é verdade! Mister esclarecer que Chico Xavier quando afirmou a minha mediunidade, a minha vida, dediquei à minha família, aos meus amigos, ao povo. A minha morte é minha. Eu tenho este direito. Ninguém pode mexer em meu corpo; ele deve ir para a mãe Terra..., fê-lo porque quando ainda encarnado Chico recebeu várias propostas inoportunas para que seu cérebro fosse estudado após sua desencarnação. Daí o compreensível receio de que seu corpo fosse profanado nesse sentido.
Para a maioria das pessoas, a questão da doação é tão remota e distante quanto a morte. Mas para quem está esperando um órgão para transplante, ela significa a única possibilidade de vida!” Joanna de Ângelis, sabendo dessa importância, ressalta: (...) Verdadeira bênção, o transplante de órgãos concede oportunidade de prosseguimento da existência física, na condição de moratória, através da qual o Espírito continua o périplo orgânico.
Em entrevista à TV Tupi em agosto de 1964, Francisco Cândido Xavier comenta que o transplante de órgãos, na opinião dos Espíritos sábios, é um problema da Ciência muito legítimo, muito natural e deve ser levado adiante. Os Espíritos, segundo Chico Xavier – não acreditam que o transplante de órgãos seja contrário às leis naturais.
Pois é muito natural que, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com proveito. A doação de órgãos para transplantes é perfeitamente legítima.
Divaldo Franco certifica: Se a misericórdia divina nos confere uma organização física sadia, é justo e válido, depois de nos havermos utilizado desse patrimônio, oferecê-lo, graças as conquistas valiosas da ciência e da tecnologia, aos que vieram em carência a fim de continuarem a jornada.
Quando se pode precisar que uma pessoa esteja realmente morta? Conforme a American Society of Neuroradiology, morte encefálica é o estado irreversível de cessação de todo o encéfalo e funções neurais, resultante de edema e maciça destruição dos tecidos encefálicos ape-sar da atividade cardiopulmonar poder ser mantida por avançados sistemas de suporte vital e mecanismo e ventilação.
A grande celeuma do assunto é a (...) morte encefálica, na vigência da qual órgãos ou partes do corpo humano são removidos para utilização imediata em enfermos deles necessitados. Seria a eutanásia?
Evidentemente que caracterizar o fato como tal carece de argumentação científica (...) para condenarem o transplante de órgãos: a eutanásia de modo algum se encaixaria nesses casos de morte encefálica comprovada.
A Medicina, no mundo todo, tem como certeza que a morte encefálica, que inclui a morte do tronco cerebral só terá constatação através de dois exames neurológicos, com intervalo de seis horas, e recursos imunológicos, em futuro próximo, naturalmente, vão suster ou coibir.
André Luiz explica que quando a célula é retirada da sua estrutura formadora, no corpo humano, indo laboratorialmente para outro ambiente energético, ela perde o comando mental que a orientava e passa, dessa forma, a individualizar-se; ao ser implantada em outro organismo (por transplante, por exemplo), tenderá a adaptar-se ao novo comando (espiritual) que a revitalizará
e a seguir coordenará sua trajetória.
Em síntese a doação de órgãos para transplantes não afetará o Espírito do doador, exceto se acreditarmos ser injusta a Lei de Deus e estarmos no Orbe à deriva da Sua Vontade. Lembremos que nos Estatutos do Pai não há espaço para a injustiça, e o transplante de órgãos (façanha da ciência humana) é valiosa oportunidade dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício da amor.
Texto extraido da Revista Reformador de Outubro/2005, p16.
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