Nas Dores e Rudes Provações

(Joanna de Ângelis)

“169. É invariável o número das encarna­ções para todos os Espíritos?
“Não; aquele que caminha depressa, a mui­tas provas se forra. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porqüanto o progresso é quase infinito.” (O Livro dos Espíritos).

Levanta o espírito combalido e avança na direção do bem que te convida à felicidade.

Quantos se demoraram no exame dos insucessos, recolhendo reproche e coletando amarguras, estão na retaguarda, em dolorosas lamentações.

Aqueles que colocaram a lâmina cortante da intri­ga e da suspeita no coração, receosos de movimentos libertadores, continuam temerosos entre os que fica­ram para trás.

Todos os que fizeram libações perigosas na taça do medo, encontram-se narcotizados, sem força para reagirem contra o mal, para seguirem intimoratos na direção da verdade.

Muitos que se ligaram à hipnose perturbadora da impiedade, que medra em vigorosas mentes desencar­nadas, acumpliciaram-se com as hordas selvagens do Além-Túmulo, sucumbindo, inermes, sob tenazes rudes.

O medo como o arrependimento são ópio nefasto para a alma.

Como a censura é carro de cinza e lama, a triste­za e a taciturnidade são nimbos compactos ante o claro sol, dificultando a expansão da luz.

Não permitas que a névoa do cansaço ou a noite do desencanto povoem o país da tua alma com fantas­mas que se desintegram ao contato da verdade.

Não os vitalizes, não os agasalhes.

O cristão decidido está entregue a Jesus, nEle confia, a Ele se dá. E se a dificuldade teima em per­segui-lo, como se tomasse corpo e movimento, ele se arma com a oração e o amor, e avança.

Se a desordem reina, ele faz-se o equilíbrio de todos.

Se a dor impera, ele é a esperança de saúde para todos.

Se o desespero cresce ele é o porto de segurança onde todos se encontram.

Se o mal, em qualquer manifestação reponta, ele é o bem em representação atuante e vigorosa, ajudan­do e confiando sem temor nem cansaço até o fim.

Não te deixes, portanto, abater, nunca. Lembra-te de que Jesus, podendo ter vivido cerca­do de bajuladores e comparsas, guindado às altas esfe­ras do mundo entre prazeres e facéias, no gozo ilusó­rio do imediatismo carnal, escolheu os recintos onde se demorava a dor, e para companheiros homens sim­ples e corações problematizados, amigos atormentados e perseguidos, perseguido Ele mesmo, para logo depois de julgamento arbitrário e cárcere humilhante, seguidos de ignominiosa crucificação e obscura morte, alçar-se às excelsas planuras da Imortalidade, vitorioso e subli­me, continuando a esperar por nós, pelos séculos sem-fim, nos infinitos caminhos do tempo.


Texto extraído do Livro “Espírito e Vida”, psicografado por Divaldo Pereira Franco e ditado pelo espírito Joanna de Ângelis.




Nenhum comentário: