(Joanna de Ângelis)
“Toda virtude tem seu mérito próprio porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade”. (O Livro dos Espíritos).
Aprende a doar-te, se desejas atingir a prática legítima do Evangelho.
Pregador que se alça à tribuna dourada, derramando conceitos brilhantes mas não se gasta nos labores que propõe é apenas máquina de falar, inconsciente e inconseqüente.
O verdadeiro aprendiz da Boa Nova está sempre a postos.
Se convidado a dar algo, abre a bolsa humilde, e, recordando-se da parábola da viúva pobre, oferta o seu óbulo sem constrangimento.
Se chamado a dar-se, empenha-se no trabalho, gastando-se em amor, consumindo as energias recordando o Mestre na carpintaria nobre.
Há muita gente nas fileiras do Cristianismo que ensina com fácilidade, utilizando linguagem escorreita, falando ou escrevendo, mas logo que é convocada a dar ou doar-se recua apressadamente ferida no amor próprio.
Prefere as posições superiores de mando, distante das honrosas situações do serviço.
Pode ser comparada a parasitas em alta posição na árvore de que se nutrem, inúteis.
Em comezinhos exemplos, encontrarás, no quotidiano, o ajudar-gastando-se.
A pedra que afia a lâmina, consome-se no mister.
A grafite que escreve, desaparece enquanto registra.
O sabão que higieniza, dissolve-se, atendendo ao objetivo.
Em razão disso, não receies sofrer nas tarefas a que te propões.
São os maus que te necessitam. Os enfermos te aguardam e os infelizes confiam em ti.
Pede a ti mesmo, algo por ele, e embora o teu verbo não tenha calor nem a tua pena seja portadora da fraseologia retumbante, haverá sempre muita beleza em teus atos e muita bondade em teus gestos quando dirigidos àqueles para quem, afinal, a Boa Nova está no mundo, recordando que Jesus, após cada pregação sublime, dava-se a si mesmo para a felicidade geral.
A estes oferecia a palavra de alento e paz.
Àqueles ministrava, compassivo, lições de vida e gestos de amor.
A uns abria os olhos fechados ou os ouvidos moucos.
A outros lavava as mazelas em forma de pústulas ou recuperava a paz, afastando os Espíritos infelizes.
E a todos se doava, sem cessar, cantando a Boa Nova e vivendo-a entre os sofredores até a Cruz, que transformou em ponte de luz na direção da Vida Imperecível.
Texto extraído do Livro “Espírito e Vida”, psicografado por Divaldo Pereira Franco e ditado pelo espírito Joanna de Ângelis.
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