(Joanna de Ângelis)
O ser psicológico é o perfeito reflexo da sua realidade plena. Sendo Espírito imortal, conduz o seu patrimônio evolutivo — resultado das experiências ancestrais — que se encarrega de modelar os conteúdos delicados da sua personalidade, elaborando processos de harmonia ou desequilíbrio que resultam dos condicionamentos armazenados no psiquismo profundo.
Arquiteto da própria vida, em cada realização elabora, conscientemente ou não, os moldes que se lhe constituirão mecanismos hábeis para a movimentação nos novos investimentos.
Elaborado pela energia inteligente, que o torna especial no complexo campo das vibrações que se agitam no Universo, o direcionamento que resulte da arte e ciência de pensar responderá pela formação das estruturas psicológicas e físicas, psíquicas e orgânicas com as quais se haverá nos empreendimentos futuros.
Conforme pensa, constrói os delicados e sutis implementos que se transformarão em força atuante no mundo das formas. Ao mesmo tempo, exterioriza ondas específicas que se imprimem nos painéis mentais, aí insculpindo os processos psíquicos que comandarão as futuras atividades.
Em razão disso, quando as elaborações mentais não possuem carga superior de energia, elaborando imagens perniciosas e inferiores, plasmam-se nos refolhos íntimos as estruturas que irão delinear a conduta, ensejando harmonia ou abrindo espaço para a instalação de psicopatologias variadas, que se imprimirão nas engrenagens do conglomerado genético, definidor, de certo modo, graças ao perispírito, da futura estrutura do indivíduo.
As enfermidades da alma, portanto, procedem de condutas atuais como de anteriores, a que se permitiu o Espírito, engendrando as emanações morbíficas, que ora se convertem em distúrbio de natureza complexa, e que passam a exigir terapia conveniente quão cuidadosa.
O ser jamais se evade de si mesmo, do Eu interior, que sobrevive à decomposição cadavérica e é responsável por todas as ocorrências existenciais, face à sua causalidade e à sua destinação, que tem caráter eterno.
Assim sendo, é totalmente decepcionante uma análise do indivíduo somente sob o ponto de vista orgânico, por mais respeitável seja a Escola de pensamento que se atenha a esse estudo.
A hereditariedade e os implementos psicossociais, sócio-econômicos, os fatores perinatais e outros são insuficientes para abarcar a realidade do ser humano em toda a sua complexidade.
A alma transcende as emanações neuronais, possuindo uma realidade que resiste à disjunção cerebral e por essa razão, podendo pensar sem os seus equipamentos supersensíveis, embora esses não consigam elaborar o pensamento sem a sua presença.
Felizmente, a antiga presunção organicista vem cedendo lugar a concepções mais compatíveis com a realidade, deixando à margem a imposição acadêmica ancestral, para se firmar no testemunho dos fatos inequívocos da experimentação contemporânea.
Nessa investigação, séria e nobre, em torno do ser tridimensional: Espírito, perispírito e matéria, se pode encontrar a psicogênese das enfermidades da alma, como também defrontar as patogêneses que assinalam a criatura humana no seu transcurso evolutivo.
O ser profundo, autor de todos os acontecimentos em sua volta, é o Espírito, seja qual for o nome que se lhe atribua.
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