Sinceridade

(Joanna de Ângelis)

“Aliás, não é de bom aviso atacar brusca­mente os preconceitos. Esse o melhor meio de não se ser ouvido. Por essa razão é que os Espíritos muitas vezes falam no sentido da opinião dos que os ouvem: é para o trazer pouco a pouco à verdade. Apropriam na linguagem às pessoas, como tu mesmo farás, se fores um orador mais ou menos hábil.” (O Livro dos Espíritos - 2ª parte, Capítulo 27º — Item 301 (3ª)



Em nome da verdade não apliques a palavra con­tundente sobre a fraqueza daqueles que caminham de­sequilibrados ao teu lado.


A pretexto de servir à causa do Bem não derrames espinhos pela senda onde segue teu próximo, tentando, dessa forma, ser coerente com as próprias convicções.


Falando em nome do ideal que esposas, evita a exposição petulante dos conhecimentos que um dia te conferiram; apresenta-os aos ouvintes com a simplici­dade que agrada e sem a pretensão de emitires o último conceito.


Justificando a tua maneira sadia de viver, não te faças desagradável companhia, usando, indiscriminada­mente, a palavra ferinte e o argumento intolerante, a expressão deprimente e a frase impiedosa em relação àqueles que ainda não podem seguir-te os passos.


Procurando libertar a tua alma do erro, não inten­tes escravizar aos teus caprichos de


pensamentos quantos não têm possibilidade de voar contigo na amplidão do conhecimento.


Nas observações que fazes, não te esqueças que nem todos os seres se encontram preparados para ouvir-te as repreensões, mesmo quando coroadas das melhores intenções.


Procurando ajudar, não te detenhas, apenas, na descoberta da ferida; utiliza-te do singelo chumaço do algodão e cobre a enfermidade com medicação bal­sâmica.


Não te esqueças de que a verdade, semelhante àmoral penetra, lentamente, acendendo luzes na escuri­dão e vencendo trevas sem precipitação em gritos, ge­neralizando-se, poderosa.


Muitas vezes se serve melhor à verdade, calando a palavra ofensiva e constringente que jamais edifica.


Saber e silenciar, receber e guardar, ouvir e reter são manifestações que contribuem mais para a campa­nha de esclarecimento do que expor a verdade, aos gritos, junto às almas que não se encontram prepara­das para a renovação.


Sinceridade!.


Quantas vezes em teu nome se destrói, esmaga-se, desanima-se e persegue-se, acreditando servir à honra e ao bem.


Por isso mesmo, lavra tew campo, meu irmão, semeia a bondade e a luz e, sendo sincero para contigo mesmo, serve ao ideal do Cristo na humanidade intei­ra, ajudando, sém cessar, a quantos caminham pelas tuas veredas.


Não será isto, porventura, o que Jesus faz conosco?



Texto extraído do Livro “Espírito e Vida”, psicografado por Divaldo Pereira Franco e ditado pelo espírito Joanna de Ângelis.



Nenhum comentário: