(Joanna de Ângelis)
“Se, ao contrário, concentramos o pensamento, não no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real a tudo sobrevivente, lastimaremos menos a perda do corpo, antes fonte de misérias e dores.” (O Céu e o Inferno - 1ª parte, Capítulo 2º — Item 4).
Ei-los misturados em todo lugar.
Sofrimento causado pela evocação de um amor violento que passou célere, e aflição de quem, não tendo amado, deseja escravizar-se desnecessariamente.
Sofrimento decorrente do desejo de perseguir quando gostaria de fazê-lo, e aflição, porque, perseguido, não tem oportunidade de também perseguir.
Sofrimento pela dor que se agasalha no coração, santificando o espírito, e aflição em face da dor, por não poder fazer quanto gostaria, comprometendo-se muito mais.
Sofrimento nascido no desequilíbrio da ambição que deslocou a linha básica do caráter, e aflição, porque, desejando e possuindo tanto não pode fruir quanto pensava gozar.
Sofrimento derivado da revolta de não ser feliz nos moldes que planejou, e aflição por ter a felicidade ao alcance das mãos, constatando, porém, quanta treva e pranto se guardam sob o manto brilhante dessa felicidade.
Sofrimento por muito ter e constatar nada ter, e aflição por nada ter e descobrir quanto poderia ter.
Sofrimento na cruz dos desajustes emocionais, e aflição causada pelos desajustes na cruz do dever reparador.
Sofrimento em quem luta pela reabilitação, e aflição em quem, errando, não tem força para reabilitar-se.
Sofrimento que vergasta, e aflição buscada para vergastar.
É, no entanto, o sofrimento uma via de purificação, e a aflição um meio libertador para quem, mantendo o encontro com a verdade elege, na recuperação dos valores morais, a abençoada rota através da qual o espírito se encontra consigo mesmo, depois das múltiplas Lutas do caminho por onde jornadeia, quando desatento e infeliz.
Com Jesus aprendeste que sofrer, recuperando-se interiormente, é libertar-se, e afligir-se, buscando renovação, é ascender.
Empenha-te, valoroso, no esforço da eliminação do mal que ainda reside em ti, pagando o tributo do sofrimento e da aflição à consciência. Recorda que antes da manhã clara e luminosa da Ressurreição do Mestre houve a sombra da traição e a infâmia da Cruz, como ensinamento de que, precedendo a madrugada fulgurante da imortalidade triunfal, defrontarás a noite de silêncio e testemunho como prenúncio da radiosa festa de luz e liberdade definitiva, que alcançarás por fim.
Texto extraído do Livro “Espírito e Vida”, psicografado por Divaldo Pereira Franco e ditado pelo espírito Joanna de Ângelis.
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